terça-feira, 1 de julho de 2014

(...) Quisera eu saber o que dizer enquanto surtava. Até que ponto a sanidade faz mais sentido que a insanidade? Eu sou uma vadia e estrago a vida da unica pessoa que realmente me ama, todos os dias. Ele, de olhos fechados, me elogia e permanece ali. E, em alguns momentos lúcidos peço que vá, antes que não sobre mais nada. Mas ele fica. Fica me olhando como se eu tivesse algo que prestasse em mim. Não há nada, mas ele o enxerga. E vai ficando. Nunca fui realmente capaz de abrir seus olhos, mas me delicio tanto com sua presença que deixo que ele fique mais uma semana ou um mês. Eu o amo. Eu não sei amar ninguém. Esse amor torto e indigno nem devia ser chamado de amor. Ele é tão puro e incrível. Como se Deus um dia pensasse que o Diabo seria digno a Ele. Será que Lúcifer era uma mulher? Luci sabia que podia estragar tudo, mas ele sempre sorria aquele sorriso divino e ela ficava. Aposto que quando se jogou não teve coragem de lhe lhe dizer nada, apenas cair e deixar que tudo caísse. No chão ela pode sentir seu desapontamento, sua decepção, seu asco, seu ódio. Seus filhos não seriam mais seus, pois ela não era digna de merecê-los. Quisera ela saber como explicar. Quisera eu saber o que dizer.