É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida.

Bob Marley

Zeca

Está comigo desde o dia 31 de dezembro, foi uma surpresa linda aos 45 do segundo tempo que 2014 me reservou. Estou apaixonada por esse menininho carinhoso, brincalhão e dorminhoco. Nós nos encontramos em Birigui num posto de gasolina e eu o levei comigo a Clementina onde passei a virada. Seria Catarina mas ai descobrimos que é um meninão então decidi por Zeca. Eu o trouxe de moto por 250km e acreditem, ele dormiu praticamente  a viagem toda. Apesar dos meus pais não o quererem à principio, ele já se encarregou de fazer com que todos se apaixonassem por ele. Que bom que a vida nos botou um no caminho do outro, Zequinha. Eu te salvei e você me salvou também.

Urach

Há algum tempo leio matérias sobre esta moça e seu procedimento com o hidrogel, que infeccionou e teve que ser retirado. Ok. Recentemente, foram veiculadas na internet imagens da ferida exposta na perna da modelo. E, junto à elas, as opiniões dos internautas (que não foram perdidas) em sua maioria de reprovação. Grandiosos textos sobre a mídia que induz à tais procedimentos, sobre a busca obcecada pela beleza. 
Eu fico pensando na moça, só nela. Uma moça bonita, reconhecida por ser bonita, do dia pra noite ser alvo de zombarias justamente por sua aparência. Além do dano físico, o moral, o sentimental, o profissional, tudo. 
Ontem, em um desses compartilhamentos da notícia, eis na timeline um com o famoso (desde a época da escola) "bem feito" e a pessoa que o fez, assim como eu, pinta o cabelo com frequencia. Então eu a questionei: Se alguém compartilhasse a notícia de que você teria ficado careca com um bem feito, não seria a mesma coisa? - Infelizmente, pra ela não é nada a ver. Eu, particularmente, acho que quando acontece com os outros é mais fácil achar que não tem nada a ver. Mas tem sim. 
Tem tudo.
Eu poderia ser Andressa Urach. E você também.
Todos nós intervimos na nossa aparência, todos.

Desde que os homens começaram a fazer a barba e as mulheres a criar penteados diferentes, já estamos modificando nossa estética para nos sentirmos menos incomodados com algo no nosso corpo.
E, sejamos francos, se você tivesse uma pequena fortuna para fazer um procedimento destes, será que já não o teria feito? 
E você faz. Em outros métodos, é claro, mais acessíveis. Mas faz.
Pinta o cabelo, alisa-o com métodos químicos ou térmicos, depila, faz massagem modeladora, redutora, drenagem linfática, máscaras anti rugas, anti estria, anti celulite, anti manchas, anti flacidez, enfim, anti tudo que incomoda no seu corpo. 
E, pasmes, todos -se não, quase- envolvem riscos de erro.
A mesma mídia que a incentivou é a que a apedreja agora.
Mas a mídia sozinha não fere ninguém.
Ela precisa de mentes fracas pra implantar seu ódio sem razão. 
Pense antes de falar e pense muito mais ainda antes de escrever.
Andressa Urach poderia ser eu, você, sua mãe, sua melhor amiga.
Não zombe da dor de ninguém, amanhã pode ser alguém que você ama que chora enquanto o mundo ri.
Eu desejo melhoras à moça.
E, mais ainda, às mentes pequenas que só conseguem ver a si mesmas.
Que 2015 nos faça mais humanos, mais sensíveis, mais educados, mais amáveis uns com os outros. Que nos faça menos dedão-apontado, menos medíocres, menos hipócritas.
Que 2015 ilumine nossas mentes pro mundo. 
Que aprendamos a compartilhar o melhor de nós e a extinguir o que não for bom.
Que pratiquemos a empatia, o amor, a iluminação.

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