sábado, 31 de dezembro de 2011

2011 ESTÁ OFFLINE

Então ouvem-se fogos e risos tão altos como se fossem num alto-falante rárárá é bem assim que os ouço. Como se fossem sem vontade alguma. Os fogos me injuriam e os risos me dão vontade de xingar. A comida é boa e as pessoas que riem não são as que quero xingar, quero xingar o riso cínico da rotina clichê que são essas festas onde a gente parece que está pintado num quadro onde a gente não cabe e nem sabe o que faz ali. Mas a bebida não falta na mão, o que torna um pouco mais tolerável. Sabe, eu ouço muitos desejos pra dois mil e doze. As pessoas desejam que outras mudem, que situações mudem, esperam que dinheiro caia do céu e alguém bata na porta com flores dizendo "oi, sou o amor da sua vida". As pessoas esperam que todos os problemas se resolvam, como se o sistema do serasa zerasse misteriosamente, entende? As pessoas esperam uma garantia de felicidade com o ano novo. Mas quem garante que o mundo vai ser melhor pra elas só porque acabou de dar mais uma volta em torno do Sol? Acho que o mundo já está tonto depois de tanto rodar em círculos. E nós, também. Porque nós não fechamos nossos olhos. E ele girou rápido demais, rápido demais. Entende? Nós não vamos mudar nada só porque o ano é novo. Quantos anos novos já desperdiçamos? Nada será diferente se formos iguais. Será apenas mais do mesmo. E chega de mesmices, chega! Chega de tanta expectativa, façam vocês mesmo. Afinal, 2012 não vem pra fazer milagres. Vem só pra atualizar o calendário. E esse mundo velho, caduco e zonzo de tanto girar nada vai te dar se você não fazer por si só. Porque como diria meu avô: O que cai do céu é chuva ou merda de pássaro (por isso não reclame quando for chuva). É isso, o passado foi como o presente e o futuro será. O que muda somos nós. Que nós mudemos então. Comece por você. Eu começo por mim.
Alegre-se. Faça a diferença. Enamore-se. Divirta-se
Dança mais. Sorria com força. Vive intensamente. Adocica

Seja eu!
Seja eu!
Deixa que eu seja eu
E aceita
O que seja seu
Então deita e aceita eu.
Molha eu!
Seca eu!
Deixa que eu seja o céu
E receba
O que seja seu.
Anoiteça e amanheça eu…
Beija eu!
Beija eu!
Beija eu, me beija
Deixa
O que seja ser…
— Marisa Monte

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Nas ruas desprezo quem sorriu pra mim
Não vê que por dentro eu já cheguei ao fim
E aceito a sorte que a vida me deu
Mas pena é pros fracos que o mundo já esqueceu
O seu desespero ilude
Que é sua essa dor
O choro que te cai
Só consola você
Amanhã é cedo pra estar melhor
Amanhã é cedo pra mim
Me agonia o medo de ficar só
Me sinto só enfim



Marjorie Estiano
Eu escreveria qualquer coisa sobre o modo como umas pessoas tratam as outras como apenas um corpo para o próprio prazer, como se a pessoa fosse descartável. Eu escreveria sobre a irresponsabilidade que é gostar de alguém que não gosta nem de si mesmo. Ou escreveria sobre a minha capacidade imbecil de acreditar demais nas pessoas. Mas sabe, estou péssima. Péssima o suficiente pra deixar pra depois. Pra não dizer nada. E isso me assusta muito. Porque o meu silêncio é um sinal de colapso dentro de mim. Sinto demais, sabe? É complicado demais. Sempre. Infernal demais. Sempre. Acho que só preciso dormir, e quando acordar, tomar uns comprimidos e dormir, dormir, dormir, dormir, dormir, dormir. Estou exausta de viver.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Mesmo num amor de linhas tortas como o nosso, o fim parece um erro, como um ponto final no meio da frase.


Gabito Nunes

- É bom voltar.
- Bom é não ir.
- Prometo ficar.
- Não prometa, apenas fique.

Caio Fernando Abreu

E se apertar, é só desafrouxar.
E se chorar, é só não se deixar levar.
E se dizer sol, é só aproveitar.
E se acabar a música, é só não parar de dançar.
E se se cansar, é só tirar os sapatos e continuar.
E se for pra chorar, é só respirar fundo e deixar pra lá.
E se não conseguir, é só ficar firme e voltar a tentar.

M Frangello Franzese
Nunca lhe confessei abertamente o meu amor, mas, se é verdade que os olhos falam, até um idiota teria percebido que eu estava perdidamente apaixonado.


Emily Bronte
Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor.

Martha Medeiros
Adoro vocês, homens, sempre tão espertos, inteligentes, cínicos, piadistas, descolados, sexuais e livres. Adoro tanto que me tornei uma cópia quase idêntica, não fosse pelo meu útero carente e pelo meu decote que ainda grita, pedindo que eu seja um pouco feminina. Um pouco.


Tati Bernardi
“Eu não tenho medo do amor. Eu tenho medo é de amar quem tem medo dele. Amar quem teme o amor é como se apaixonar por uma sucessão de desistências.”

- Marla de Queiroz.
(...) Ao todo foram dezessete cartas. Dez digitadas e sete escritas a mão. Nenhuma eu enviei. E não sei explicar porquê. Então, um dia de mormaço eu deletei todas as que tinha salvo. E depois, de madrugada, criei coragem e coloquei fogo nas outras que tinha guardado. Coloquei nas fotos também. Parecia muito surreal, mas era como se o cheiro do papel queimando fosse como se queimasse todas minhas lágrimas derramadas em vão. E em silêncio observei as chamas comendo minhas palavras escritas. Acho que me dei conta que não se pode acreditar em pessoas que dizem 'eu te amo' com a boca toda suja de mentiras. Acho que amadureci um bom tanto naquela madrugada. Doeu, sim. Mas sabe acho que a imagem do papel sendo devorado pelo fogo fez que doesse menos. Sem nada pra reler e me lembrar de como eu me sentia. Eu li um texto uma vez que quando nós deixávamos de gostar de alguém, nós também deixávamos uma parte de nós, que deixaria saudade. Mas não, eu queimei a menina chorona e inocente naquela madrugada. Um ritual pra matar quem eu era. É uma boa definição.
Desculpa. Perdão por ter chegado fora de hora. É que essas coisas não vem assim, no horário comercial, sabe? Não é como médico que você marca um horário. Desculpa pelos estragos, sei que foram muitos. Desculpa pelos excessos, desses não preciso nem falar. Desculpa por permanecer mesmo quando não devia. Desculpa. Foi tudo culpa minha. É tudo sempre minha culpa, eu sempre estrago tudo. Desculpa por ter tão egoísta as vezes. E tão sonhadora demais, fora da realidade. Perdoe as tagarelices. Desculpe ter desistido de desistir tantas vezes. Perdão pelas palavras que você não merecia ouvir, e que eu vomitei sem pena em cima de você. Pelo romantismo sufocante, também. Pelas mudanças de humor. Desculpa por pedir tantas desculpas, é que você sabe como sou. Desculpa por ter queimado rápido demais. E desculpe também por ter sumido, e reaparecido. Desculpe pela frieza. Desculpe pelo modo frio e calculista, que de certa forma você mesmo construiu. Desculpe por não ser superado as suas expectativas. Pela indecisão. Por tudo, tudo mesmo. Eu realmente não queria ser assim, mas também não há como mudar. Essa sou eu, e sempre fui. Mas depois que o encanto acaba é que você realmente pode ver como realmente é. Desculpe também pelas palavras que deixei de dizer. Desculpe hoje não demonstrar como antes. Desculpe por ter me tornado um clichê de mim, tão chato de ler quanto esse texto. Fudendo com a sua paciência. Perdão por ter sido o erro mais amável e ainda assim o maior e mais destrutivo de todos, perdão.
Já faz um tempo que eu queria te escrever um som.
Passado o passado, acho que eu mesma esqueci o tom.
Mas sinto que eu te devo sempre alguma explicação. 
Parece inaceitável a minha decisão. 
Eu sei.  Da primeira vez, quem sugeriu, eu sei, eu sei, fui eu. 

Da segunda quem fingiu que não estava lá, também fui eu. 
Mas em toda a história, é nossa obrigação:

saber seguir em frente, seja lá qual direção. 
Eu sei.
Tanta afinidade assim, eu sei que só pode ser bom. 
Mas se é contrário, é ruim, pesado e eu não acho bom.
Eu fico esperando o dia que você me aceite como amiga, ainda vou te convencer. 
Eu sei. 
E te peço, me perdoa, me desculpa que eu não fui sua namorada, pois fiquei atordoada, 
faltou o ar, faltou o ar. 
Me despeço dessa história e concluo: 

a gente segue a direção que o nosso próprio coração mandar,
e foi pra lá, e foi pra lá. 

Tiê

Rihanna - We Found Love ft. Calvin Harris


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011


Quero você aqui, no meio das minhas coisas, meus livros, discos, filmes; minhas ideias, manias, suspiros, recortes. Respirando o mesmo ar… Entra, não pergunte se pode ficar. Vem e fica.
— Gabito Nunes. 
Amor é uma injustiça, minha filha. Uma monstruosidade. Você mentirá várias vezes que nunca amará ele de novo e sempre amará, absolutamente porque não tem nenhum controle sobre o amor.
— Carpinejar 
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.
— Cecília Meireles
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte disso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.




Fernando Pessoa
Ele me olhou sorrindo e disse "você gostaria de voar?" e eu lhe respondi "eu adoraria". E voamos.
Fala nada não. Vamos deixar esse silêncio tão nosso ficar aqui agora. Alcançar o céu, te enfeitar de estrelas, ser completa e por inteira sua e só sua. Por você, me dispo de roupas e do egoísmo de ser só minha. Por você me dou, me entrego, te entrego. Corpo, alma, mente, atmosfera. Eu coloco a cabeça no teu peito e tudo que eu posso ouvir é teu coração e o som que você faz quando respira. E é a melhor música do mundo. Só me deixe te olhar dentro dos olhos. Me deixe botar os olhos dentro dos seus e descansá-los. Assim. Te deixo ser meu equilíbrio e sentidos. Fala nada não. Deixa estar assim, amor sem dizer.



Tudo passa.
Chuva passa.
Tempestade passa.
Até furacão passa.
Difícil é saber o que sobra.


— Millôr Fernandes
Da próxima vez eu me mando
Que se dane meu jeito inseguro
Nosso amor vale tanto
Por você vou roubar
Os anéis de Saturno…


— Tiê 
Sou dessas de pegar na mão, de olhar dormindo, de acariciar os cabelos, o rosto e sorrir sem dizer nada. Sou dessa de carinho sem hora marcada, de brincar de fazer caretas, de beijar sem avisar, em público, sem se importar mais com nada. Sou dessas de esperar, de voltar atrás. Sou dessas que lê romances e sonhar vivê-los. Sou dessas de acordar com sms de 'bom dia amor' de dormir com sms de 'boa noite amor'. Sou dessas de tagarelar até dormindo, de dormir de conchinha. De dançar sem música. De pequenas provas de amor sem dia previsto, sem data especial. Romântica demais. E pago o pecado por ser tão exageradamente doce. As pessoas se fartam e vão embora, as pessoas enjoam fácil demais.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos. Ao longe, o vento vai falando de mim. E por perder-me é que vão me lembrando, por desfolhar-me é que não tenho fim.

— Cecília Meireles

Se você está pensando
Que eu estou me importando
Claro que eu estou
Eu não sou feito essa gente
Que ama e de repente
Tchau, e se acabou.


— Vinícius de Moraes

were francine

Entre os campos da dor
correndo através dos corredores
escuros aonde a luz não parecia penetrar
e nunca fez diferença
os corvos
festejavam
a minha morte naquele inferno de sangue
eis que encontro um lago
cheio de sangue e tripas e corpos
e lá estava você
deitada sobre as águas
com seu cabelos negros
estava perdida em seus pensamentos
se afogando na propria dor
então tu se levantou do lago
tocou meu coração com sua mãos geladas
beijou lentamente meu rosto
com seus olhos firmes como um predador
você me encarava
Então você disse:
"O que tu temes homem? teme a mim ou a você mesmo"?
Olhei firme e disse:
"Não tenho medo de você
Porque é em ti que
eu confio meu Amor"


Então se faz
o que não deveria ter feito
abandonar ou morrer
pelos braços do acaso.


Juliano Douglas
Eu já não sei quantas vezes eu disse que não voltaria atrás e voltei.


Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


    



(…) Te espero, te gosto, te beijo.


Caio Fernando Abreu
Já tive mil amores eternos
Todos acabaram.
Já tive mil dores infintas
Todas passaram
Já morri mil mortes doídas.
Ainda estou viva.
Efêmero, não eterno.
Se tiradas da terra, mesmo num vaso
as flores murcham.
O que é amor mesmo?

— Daniella Leal
Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu, porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando
Pela mão
Íamos tontos os dois assim ao léu
Ríamos, chorávamos sem razão
Hoje, lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu.
— Chico Buarque
[…] Você jura uma coisa? Jura que só há de casar comigo?
- Ainda que você case com outra, cumprirei o meu juramento, não casando nunca.
- Que eu case com outra?
- Tudo pode ser, Bentinho. Você pode achar outra moça que lhe queira, apaixonar-se por ela e casar. Quem sou eu para você lembrar-se de mim nessa ocasião?
- Mas eu também juro! Juro Capitu, juro por Deus Nosso Senhor que só me casarei com você. Basta isso?
— Cap. 48, Dom Casmurro

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Desculpe, não se pode negociar com a paixão. Porque eu também não entendo às vezes esses caminhos que a vida tece. E nós que morávamos um no outro, ficamos sem casa. Perdoe a falta de abrigo, é que agora eu moro no caminho.


 Marla de Queiroz
Amanhã é 23
São 8 dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez.


Kid Abelha
"(...) Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo,
Temos nosso próprio tempo..
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes acesas 
Agora

O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens, tão jovens."


Legião Urbana

domingo, 18 de dezembro de 2011

"Enquanto todos praguejavam contra o frio, eu fiz a cama na varanda." 


Raul Seixas
"(...) E ajeitava o meu caminho pra encostar no teu.."


Chico Buarque
Essa mania de morder a boca, meu pai era quem fazia a mamadeira pra mim, o acidente do meu pai - era pra eu ter morrido nesse acidente, o nascimento da minha irmã, os cachorros que tive como filhos desde pequena e morreram me mostrando como é que a vida tira as coisas que a gente ama, aquelas madrugadas que passei brincando de boneca, de brincar até tardíssimo na rua com os meninos de esconde-esconde, os joelhos sempre ralados, a melhor cozinheira de bolinhos de barro do mundo, aquele livro que sempre leio um trecho porque já tenho quase decorado, aquela música que cantarolo quando estou triste, o modo como me silencio quando estou verdadeiramente triste ou preocupada, ou da forma que me porto com olhar recriminador quando estou nervosa, nas coisas que escrevo sempre pra esvaziar um pouco a mente, e a mente que nunca para, as briguinhas bobas com a minha irmã, que depois acabavam em risos. Aquela tagarelice incurável, falar gesticulando, aquela noite que achei que fosse morrer, e aquele momento que não haviam mais palavras pra serem ditas,  as saudades, os paninhos que bordei e as telas que pintei. Minhas vontades, sonhos, decepções, traumas, cicatrizes, aquele dia que você senta sem saber pra onde ir, o sentimento de não pertencer ou fazer falta pra ninguém que as vezes dá, a distancia emocional do meu pai com os anos, a nostalgia da infância, os medos, adolescente, o nascimento da minha outra irmã, relacionamentos frustrados, beijos cinematográficos, bebedeiras, a pior ressaca que tive, juramentos de 'nunca mais', um mundo totalmente desconhecido e adoravelmente perigoso pra ser descoberto - e foi, os erros e o modo como concertei depois, isso de estralar os dedos, de quebrar o silêncio com algum barulho, nem que seja um suspiro, o pior trabalho da minha vida, as broncas, as revoltas com as injustiças, o ódio que senti de um bando de gente estúpida - que hoje nem me lembro da cara, provando o quanto o desprezo torna insignificante o que deve ser. Tudo isso formou - e forma - aos poucos quem eu sou. Prazer, Francine. E você quem é? 

Fechei os olhos para não te ver e a minha boca para não dizer… E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei, e da minha boca fechada nasceram sussurros e palavras mudas que te dediquei. O amor é quando a gente mora um no outro.


Mário Quintana
E eu desejei que dezembro passasse rápido o suficiente pra não me decepcionar. Mas não é que a ideia de que papai noel talvez exista e me presenteou com um sorriso daqui até lá na esquina? Bem, dai você abaixa os olhos e não vê, talvez distraída demais pra olhar ao redor. Mas dai você esbarra os olhos em alguém. E vai querendo esbarrar mais vezes. É, a vida é mesmo surpreendente. D-e-l-i-c-i-o-s-a-m-e-n-t-e surpreendente.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Ao som de Ben - Michael Jackson

Queria te pegar pela mão e te levar pro caminho que acho mais certo, talvez porque eu sou super protetora com quem eu gosto. E ainda mais com você, ai tão longe. Fico aqui, torcendo pra tudo dar certo, pra tudo ir como deve ser e que as coisas ruins passem de uma vez.  É angustiante saber das coisas por notícias via internê ou telefonemas. Difícil saber que você está mal e depois ficar um tempão sem saber como você se sente. Difícil saber que não melhorou muito. Difícil não poder te abraçar bem forte e te dizer que as coisas vão passar quando você deixar que elas passem. Eu queria mesmo te colocar aqui pertinho, e resolver seus problemas. Enxuga essas lágrimas, abre a janela. Beija na boca, sorria mesmo. Aproveita a felicidade que está a mão. Aproveita o carinho que te dão e você vai ver, meu amor que logo não vai doer nada. Não pense que vai ser assim pra sempre, isso vai passar quando você deixar. Mas você precisa querer mesmo. Quem te faz ficar triste, não te merece. Quem te faz chorar, não merece ficar do teu lado quando você sorri. Para na frente de um espero e se observa, você é incrível. Tudo tem seu tempo. Deixe cicatrizar. Guarda um abraço que logo vou te dar. Toda essa saudade e essa vontade de te fazer sorrir. Ocupa tua mente de coisas que valem a pena. Vai passar, meu amor, vai passar..



" (...) E você, meu amigo, verá que tem um amigo em mim.
Se um dia você olhar pra trás e não gostar do que achar. 
Tem algo você deve saber: Você tem um lugar pra ir."



Dedicado à menina dos meus olhos: Izabella Lima.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

(...) Suspirei como se puxasse todo o ar do mundo no pulmão e soprei como se quisesse devolver com ele tudo que me causava tédio, ódio ou dor. Não havia muito a dizer, a explicar. Por que diabos tão exagerada? Não sei, sinceramente não sei. A verdade é que sou feita de excessos. Qualidade ou defeito? Ambos.

(...) Em última instância, será como é e sempre foi: as grandes coisas ficam para os grandes, os abismos para os profundos, as branduras e os tremores para os subtis e, em resumo, as coisas raras para os raros.
— Nietzsche

Senhorita incógnita

E se agora fosse me definir diria que sou um grande e torto ponto de interrogação. Que, sinceramente, nem eu mesma sei decifrar. Porque mesmo quando penso que sei de mim, mesmo quando penso que sei como me sinto, como reajo, como segurar um sorriso. Eu não sei nada. Eu não sei como funciona comigo, embora as vezes sei como vai funcionar com as outras pessoas. Uma pergunta, uma questão irrespondível. Cheia de observações e vírgulas intermináveis. Na verdade se eu fosse uma pergunta seria uma pergunta de algibeira, sabe? Daquelas que parecem simples mas você não consegue responder no final? Acho que me definiria com mais precisão. O fato é que eu me surpreendo comigo mesma. Com coisas que disse a dias atrás e hoje não reconheço-me mais a dizer. Entende? Tudo muda rápido demais dentro de mim. Rápido e descompassadamente, difícil explicar. Talvez só quem seja tão cheio de interrogações como eu possa entender. Mas assim continuamos, afinal quem é você?

domingo, 11 de dezembro de 2011

Nunca, jamais diga o que sente. por mais que doa, por mais que te faça feliz. quando sentir algo muito forte, peça um drink.” 


cAIO fERNANDO aBREU 
Aquele que interpreta meus silêncios, entende meus olhares. Conhece meu humor até pelo meu jeito de pegar num copo pra beber. Sabe como é? Ainda me pego tentando explicar porque isso tem que ser tão difícil, nessa lógica falsa de que não pertencemos a ninguém. De alguma forma a gente sempre pertence. Pertence nem que seja na memória. Ele conhece meus jeitos, eu conheço o jeito dele, o modo de falar e como é que gosta de assistir seriado. Eu sei o jeito de rir, de olhar como se dissesse "você sabe que é brincadeira, para", de sorrir docemente malicioso, sei como fica quando fica com dor de garganta, sei como faz com os olhos quando está com sono, como dirige e como canta no show das bandas que ele gosta. Sei tanta coisa, que sei e nem sei porque sei porque nunca fiquei parada guardando detalhes na memória. Parece obsessão dizer assim, mas não me lembro dos detalhes de qualquer jeito. Dos detalhes dele eu sei e nem sei desde quando sei. Viu? E porque ainda tão complicado? Por quê? Quem é que vai saber?

sábado, 10 de dezembro de 2011

Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar nunca fui minha
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida
E me deixou assim.

Chico Buarque
Eu tenho pés chatos e piso em falso,
ela enxerga duplo e aprecia em dobro;
eu danço fora da música,
ela dança com a música de dentro;
eu não sei fazer churrasco,
ela faz de conta que não precisa;
eu faço as contas,
ela enrola o terço na cama para dar sorte;
eu tomo café forte,
ela mede a fumaça com a colher;
eu chamo seu pai para consertar o chuveiro,
ela chama minha mãe para me confundir;
eu sou redundância,
ela é o eufemismo;


Fabrício Carpinejar
Tanta coisa pra escrever e tudo o que eu quero mesmo dizer é que: sinto falta de você, e de nós.
"Não sou assim amor,
Foi só uma maré ruim,
Perdoa o drama,
E não desiste de mim. (…)
Não, não diga que eu lhe trato mal,
Eu tento tanto te fazer feliz,
Mas acontece qu’eu sou desastrada.
Não, eu nunca quis te machucar,
Prometo pra você deixar de cena,
Acho que eu só quero ser amada."


Mallu Magalhães 
É que as vezes bate uma saudade. E eu digito mensagens enormes e melancólicas. Mas depois me lembro das desculpas com os olhos cheios de lágrimas e a boca cheia de mentiras, então eu desisto e apago tudo, mas a saudade ainda fica. 

Tudo diante de nós. Tudo limpo do retorcido desejo humano. Tudo como é, não como quiséramos. Só existindo, e todo. Assim como existe um campo. Assim como as montanhas. Assim como homens e mulheres, e não nós, os ávidos. Assim como um sábado. Assim como apenas existe. Existe.
Clarice Lispector
Quando já não tinha espaço, pequena fui
Onde a vida me cabia apertada
Em um canto qualquer,
Acomodei minha dança, os meu traços de chuva
E o que é estar em paz
Pra ser minha e assim ser tua.


 Maria Gadú
E depois de tanto tempo a conclusão que ficou foi que as vezes não importa o quanto você foi incrível, romântica, doce, carinhosa, compreensiva - entre todas as qualidades que conseguir pensar - as vezes não é suficiente pra que alguém se apaixone por você. Mesmo que seja tudo, talvez ainda seja pouco.
Eu gosto de olhos que sorriem, 
de gestos que se desculpam, 
de toques que sabem conversar 
e de silêncios que se declaram.

Machado de Assis
Sem pensar em mais nada, fecho os olhos para esquecer. Dorme, menino, repito no escuro, o sono também salva. Ou adia.
Caio Fernando Abreu

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011


E mesmo sendo um único desejo foi difícil demais pra você né?
Ao som de Dionysis Savvopoulos - Dokimi


Janeiro foi um mês que passou rápido demais. Fevereiro doeu um bocadinho e março cicatrizou as feridas de fevereiro. Abril foi um mês calmo. Maio foi um mês que eu aprendi algumas coisas que vou levar pra vida toda. Na verdade maio foi o melhor mês do ano. O mês em que conheci os olhos de oceano, mês em que quase morri. Mas sobrevivi. E me diverti muito nessas experiencias de quase morte. Junho sinceramente eu não me lembro, sinal que não foi um mês nada extraordinário. Julho trouxe as férias mais rápidas que já tive. E as baladas mais loucas, não posso negar. Agosto foi o mês mais marcante, em que nasceu finalmente a Maria Alice, que foi a melhor coisa que eu tive nesse ano. E em agosto também foi o mês que entrei no eixo, embora as vezes me pergunto em porquê mudei tanto no fundo acho que eu precisava disso. Pra aprender algumas coisas sobre meus sentimentos e sobre as pessoas. Setembro eu fiz 17 anos. Outubro sai dos eixos novamente, e já não era sem tempo. Vivi outubro como se fosse um ano apenas. Trabalhei e tudo. Outubro começou amargo e depois deixou vontade de álcool e erros. E os tive. E gostei. E depois teve muito som e muitas luzes. Foi um mês doloroso mas fortalecedor. E veio novembro - o mês boêmio. Novembro foi excitante, provocativo. Me vi muito mais mulher, independente, fria e forte. Acho que cresci pelo ano todo no sentido emocional. Sorri quando achei que fosse chorar e não chorei quando disse que não choraria. E nem sofri quando achei que desmoronaria, pelo contrário. E chegou Dezembro. E aqui estamos. Tem sido um mês alegre. Não tenho do que reclamar. Ainda impaciente, ainda tagarela, ainda incompreensível e cheia de manias. Ainda eu. Bem melhor que o ano passado. Um desejo para Dezembro: Permaneça alegre. E que venha dois mil e doze e que seja dois mil e doce, doce de doçura. Amém.


Com Carinho, Francine. 
Eu apenas queria que você soubesse que aquela alegria ainda está comigo. E que a minha ternura não ficou na estrada, não ficou no tempo presa na poeira.
— Gonzaguinha. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

(...) Então deixou que a cor dos olhos dela escorresse pra dentro dos seus, e assim sendo, guardou-o dentro de si. Malditos olhos inesquecíveis que permaneciam dentro dos dela quando ela fechava os seus. E abraçou com toda a sua força, e beijou com toda sua vontade. E sentiu o cheiro bom. E apreciou a temperatura da noite, não havia nada que pudesse melhorar. Não era amor, não poderia ser. E tinha prazo. E jurou que não faria mais, mas fez. E faria quantas vezes pudesse. Ela se encontrava em cada centímetro daquela pele. Se encontrava com um mundo até então inexistente. Era sem dúvida utopia. E ela já sentia falta daquele corpo mesmo antes de tocá-lo. E não sabe ao certo quando percebeu isso. E não é apenas um corpo. É uma alma, uma alma fluorescente. É um cheiro maravilhoso. É um sorriso e dois olhos surreais. Sabe o que é ter um sonho dentro do seu abraço? É bem assim. Sem toda expectativa do amor, mas com todo o desejo do mundo. E aquela voz inebriante, se fazendo de boba dentro dos ouvidos dela. Não havia pra onde escapar. E não queria, mesmo que devesse. Era incontrolável. E falava dela subversivamente nos textos, e ela sabia que era dela quando lia. E ela continuava lá, sorriso tímido e deliciosamente provocativo. Sabe? Com todo aquele veneno e aquela doçura. Inexplicável, intenso e sobretudo, desejado.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Por que sinto falta de você? Por que esta saudade? Eu não te vejo mas imagino suas expressões, sua voz, teu cheiro.
— Machado de Assis.
Eu acho que você é louco
Desejando tanto e fazendo pouco
Pro inferno todas aquelas regras
Por que viver pensando no que vão pensar?


Eu tenho certeza que você é louco
com esse sorriso torto
e suas insanidades tão amáveis
eu acho que você não deveria deixar pra amanhã.


Eu acho que eu sou mesmo louca
Arriscando tanto e com preocupação pouca
Pro inferno todos aqueles sonhos
Eu, você no nosso mundinho insano (e feliz)


Eu tenho certeza que sou mesmo louca
admirando você fazendo bobagens
e perdoando até seus defeitos inaceitáveis
deveria ter te dito isso ontem.

Nós apenas dissemos adeus com palavras
Eu morri uma centena de vezes
Você volta pra ela
E Eu volto para
Eu volto para nós
Eu te amo tanto
Isso não é suficiente, você ama cheirar e eu amo dar um trago
E a vida é como um cano
E eu sou um minúsculo centavo rolando paredes adentro.

Amy Winehouse