quarta-feira, 16 de junho de 2010

espelho.

 Olho-me ao espelho. Vejo mil e uma coisas. Metade delas são boas, a outra metade é preenchida por coisas más. Vejo uma boa infância, o primeiro beijo, o primeiro contacto com o que é novo, o espanto pelo mundo. Quando olho para a minha adolescência e vejo o lado bom; o primeiro amor, as primeiras decisões, um “olhar ao espelho”; mas, também vejo o lado mau; o primeiro cigarro, as primeiras desilusões, um “partir do espelho”. Vejo o que não vejo, vejo o meu futuro, vejo um passado esquecido. Fico com dúvidas e certezas. O espelho é verdadeiro, mas, será ele falso? Não sei, não tenho o dom de adivinho, não tenho cérebro para milhares de horas vividas, já não há espaço neste pequeno espelho. Mas coloco a pergunta contraditória: “Estará a vida já vivida?” Isto faz-me pensar. A resposta que dou é não, pois cada segundo do futuro faz parte de uma nova vida. Mas, se olhar para o espelho, vejo-o cheio, o passado menos importante desaparece, foge do espelho. Serão as coisas insignificantes substituídas pelas mais importantes? É este o espelho da minha alma.

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