domingo, 5 de dezembro de 2010

3AM

Os olhos se abrem rapidamente, o sono se foi. As lembranças vêm á tona, tudo dói. A mente grita desesperadamente numa tentativa frustrada de reter lembranças, tão nítidas, tão reais. Impossível conter as lágrimas, que ardem ao escorrer sobre a face. Em meio à confusão, imersa em pensamentos, levanta atordoada tentando controlar o incontrolável, esquecer o inesquecível. Em sussurros discute sozinha. Procurando insaciavelmente alivio em meio à dor. Vasculha rapidamente seu interior, sente o mesmo vazio de sempre. Em meio à náusea, o desespero. Não suporta a pressão comprimindo seus pulmões, a angustia. Fita o quarto devagar no escuro, os olhos param num súbito, enquanto tenta reprimir a vontade insaciável. Não resiste o pega em suas mãos tremulas. Sua mente obstinada repete aquele número, o q nunca mais foi discado. Recorda-se daquela voz que seus ouvidos sentem falta, um arrepio súbito sobe a espinha, a dor triplica. Finalmente faz a ligação... Errada. Procurando conforto onde nunca ira achar.