domingo, 5 de junho de 2011



Estou cansado de ser vilipendiado, incompreendido e descartado, quem diz que me entende nunca quis saber.
Aquele menino foi internado numa clínica dizem que por falta de atenção dos amigos, das lembranças, dos sonhos que se configuram tristes e inertes.

Como uma ampulheta imóvel, não se mexe, não se move, não trabalha.
E Clarisse está trancada no banheiro e faz marcas no seu corpo com seu pequeno canivete deitada no canto, seus tornozelos sangram. E a dor é menor do que pareceQuando ela se corta ela se esquece que é impossível ter da vida calma e forçaViver em dor, o que ninguém entende, tentar ser forte a todo e cada amanhecer. (...)

Ninguém entende, não me olhe assim com este semblante de bom-samaritano cumprindo o seu dever, como se eu fosse doente. Como se toda essa dor fosse diferente, ou inexistente.
Nada existe pra mim, não tente. Você não sabe e não entende.
E quando os antidepressivos e os calmantes não fazem mais efeito?
Clarisse sabe que a loucura está presente e sente a essência estranha do que é a morte
Mas esse vazio ela conhece muito bem de quando em quando é um novo tratamento mas o mundo continua sempre o mesmo.


Legião Urbana 

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