quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

(...) Então deixou que a cor dos olhos dela escorresse pra dentro dos seus, e assim sendo, guardou-o dentro de si. Malditos olhos inesquecíveis que permaneciam dentro dos dela quando ela fechava os seus. E abraçou com toda a sua força, e beijou com toda sua vontade. E sentiu o cheiro bom. E apreciou a temperatura da noite, não havia nada que pudesse melhorar. Não era amor, não poderia ser. E tinha prazo. E jurou que não faria mais, mas fez. E faria quantas vezes pudesse. Ela se encontrava em cada centímetro daquela pele. Se encontrava com um mundo até então inexistente. Era sem dúvida utopia. E ela já sentia falta daquele corpo mesmo antes de tocá-lo. E não sabe ao certo quando percebeu isso. E não é apenas um corpo. É uma alma, uma alma fluorescente. É um cheiro maravilhoso. É um sorriso e dois olhos surreais. Sabe o que é ter um sonho dentro do seu abraço? É bem assim. Sem toda expectativa do amor, mas com todo o desejo do mundo. E aquela voz inebriante, se fazendo de boba dentro dos ouvidos dela. Não havia pra onde escapar. E não queria, mesmo que devesse. Era incontrolável. E falava dela subversivamente nos textos, e ela sabia que era dela quando lia. E ela continuava lá, sorriso tímido e deliciosamente provocativo. Sabe? Com todo aquele veneno e aquela doçura. Inexplicável, intenso e sobretudo, desejado.

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