sexta-feira, 27 de abril de 2012

Crianças crescidas

Imagine se nunca tivesse havido nenhuma guerra no mundo. Aliás, imagine se as pessoas agissem como agiriam como quando eram crianças. É meio complicado seguir minha linha de pensamento, eu sei, mas tente pensar em como seria se todo mundo pensasse no outro com o mesmo carinho que pensa em si. Sem os absurdos que lemos no jornal ou assistimos na tv. Sem ganância, sem crueldade, sem homicídios. Imagine se as pessoas tivessem mais cuidado e se a vida não fosse tão banalizada. Imagine se os senhores da guerra imaginassem quem elas amam no alvo de suas armas químicas e bombas inteligentes. Se as pessoas que lutam nas guerras religiosas refletissem sobre o que a religião delas ensina sobretudo, sobre o amor e o respeito.  Imagine se, como quando éramos crianças, nós dividíssemos nossa comida, não haveria fome se nós pensássemos como crianças, quando eu era criança eu sempre achava que cabia mais um cachorro em casa, sempre caberia mais alguma criança no quintal. As vezes eu imagino se todos fossem crianças e o mundo nosso parque de diversões. Sem preço nos brinquedos e sem pessoas pra nos regularem. Cada diferença seria observada apenas como um ponto de originalidade em cada um. Religião, gosto musical, opção sexual, raça (...) Talvez seja uma viagem mesmo maluca fechar os olhos e imaginar um pequeno Adolf rodeado de crianças judias tomando sorvete. Mas, um dia, todos nós fomos pequenos demais pra preconceitos vazios. Um dia, tudo o que nós queríamos era apenas brincar, apenas comer coisas gostosas e dividir com os amigos. Um dia, fazer amigos era a coisa mais simples que podíamos fazer. Era meio que coisa de cinco minutos, entre correr pra lá e pra cá ou dividir um esconderijo no esconde-esconde. E então eu penso, onde é que nós abandonamos nossa infância e pior, onde é que nós abandonamos a melhor coisa que tínhamos dentro de nós e aquele brilho infantil nos olhos que ganhamos ao nascer? 

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