sábado, 9 de junho de 2012

As pessoas acham que o amor nunca poderia sobreviver à realidade, mas na verdade o que derrete sob a luz da vida real é o encanto, a superestimação do outro, a paixão que surge com apenas um olhar. Sim, eu acredito em paixão a primeira vista. Eu acredito que duas pessoas podem se olhar e quererem ficar juntas. Mas atenção, eu disse paixão. Amor é mais, entende? É uma grande bobagem dizer que o amor não sobrevive à realidade porque o amor é realidade. O amor é convivência, é constante, é companheirismo. É além de querer transar com o outro, além de querer ficar por uma semana, de exibir pros amigos. Amor é querer dormir abraçado e acordar juntos, é dizer bom dia e se preocupar com o que o outro achou da noite passada mesmo que a gente esteja de mal humor. Amar é dividir. Dividir o cotidiano, dividir o cobertor e o calor do próprio corpo, dividir as tristezas, os segredos.  Amar é fazer rir. Mesmo que o outro esteja mal humorado e chato. Mesmo que seja fazer rir de tanto irritar. Mesmo que seja fazendo careta no meio de todo mundo, sem se importar com mais ninguém. Amar é permanecer. Quando o outro parecer estúpido e idiota, quando ninguém quiser ficar, a gente permanece. E permanece porque é necessário e também porque  a gente quer. Permanece porque seremos estúpidos e idiotas uma vez também e amar é ajudar o outro a se sentir melhor. Amar é sentir o que o outro sente. É mais dar que receber. É querer mais fazer o outro feliz do que fazer a si mesmo. É abdicar de egoísmos. Talvez, em certo ponto, abdicar até do desejo de permanecer junto. Amar é deixar o outro livre. Livre pra amar até quando quiser e até quando fazê-lo feliz. Livre pra saber que pode ir embora quando quiser, mas ao mesmo tempo amar é dar motivos pra ficar. Existem milhares de textos sobre o que é o amor. E ainda existirão outros milhares, porque o amor é sublime demais pra uma só frase, é sublime demais pra um livro ou coletâneas. O amor pode caber num adjetivo: inexplicável, mas não pode caber dentro de nós, ele irradia pelos poros, pelos gestos, pelas palavras que não dizemos. O amor é mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário