sábado, 30 de junho de 2012

Queria te guardar numa casinha pequena, na nossa casinha no Sul. Te trazer achocolatado quentinho de madrugada antes que você dormisse enquanto a neblina molhasse o telhado. Queria dormir abraçadinha todos os dias, sentindo teu cheiro, protegida pelos teus braços.  Fugir de toda essa loucura do mundo. Criar nosso próprio universo. Você é sossego, é silêncio. Meu porto seguro diante de todos os absurdos que assistimos todos os dias. Queria colar tua mão na minha pra não precisá-la soltar nunca mais. Queria cuidar de você, de todas tuas dores, de todos teus medos e tuas histórias. Tardes douradas de domingo sentados na varanda. Compartilhando sonhos, memórias e orgasmos de uma vida inteira, da nossa vida. Aprender novas definições de felicidade todos os dias. Ter todo tempo do mundo e aproveitá-lo como se não tivéssemos mais nenhum. Longas conversas de vozes sussurradas no meu pescoço quase no ouvido e um riso pronto nos cantos da boca. Se empanturrar de brigadeiro de panela observando a íris dos teus olhos com eles sob os meus. Os corpos juntos, colados, adequados um ao espaço do outro. Esquentando meu pé no teu, todos os dias, o dia todo. Dentro da casinha, tomando café quente observando incensos queimarem sem saber se é dia ou noite. Pra sempre. Inventando céus que piscam mudando de cor, fins de tarde fruta-cor e dias nascendo alaranjados, estrelas pintadas no teto e nuvens desenhadas com o hálito no vidro.



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