sábado, 3 de novembro de 2012

500 dias com ela e 127 dias com ele

Na cena do filme, um micro-documentário sobre o amor. Ele pausou o filme me perguntando se eu havia entendido. Não, não entendi. Pelo menos não aquela hora. Criei teses e minhas hipóteses pareciam não serem ouvidas por ele. Não, eu não tinha entendido. Talvez ele não tivesse dito nada porque não a amava? Não, olha o estado emocional que o cara tinha ficado quando ela tinha o abandonado. É, ele amava ela sim. E ainda assim não soube o que dizer. Acabou o filme e olhe, já que estou falando sobre ele já lhes aconselho que não gastem dinheiro alugando-o. É a comédia mais triste que já vi. E, no final ele recomeça a contagem  com uma outra moça. Ela casa com outro cara. Pronto, contei o final no filme. Um cara que se apega numa garota que não quer nada sério e o cara topa na hora mas depois acaba se apaixonando. Atenção, tô falando da droga do filme. Parece que conhecemos essa história né? Já aconteceu comigo e já deve ter acontecido com você ou com alguém que você conhece. Fim do filme. Eu falando asneiras como sempre e ele tentando arrancar minhas verdades. E eu digo, sem mistério nenhum meus medos e ele fica ali, pasmo com a minha capacidade de ser uma criança tão inocente no corpo da mulher que ele conheceu. Ele, por fim, me convence de que é uma bobagem temer e que me ama de verdade. Me acho um bocado clichê e óbvia e ele  ainda ali, sorrindo e mexendo nos meus cabelos. Não é mentira. Ele me ama também. Ele me ama mesmo. Ele não sabe mentir e mesmo que soubesse, nem o melhor dos mentirosos mentiria tão bem. O coração espalhado e batendo no meu corpo todo, eu queria dizer o que eu sentia naquele momento mas não saiu. E nem sairia se eu tivesse um teclado pra digitar ou uma caneta pra escrever. Não sabia o que dizer, talvez as palavras certas não haviam sido inventadas ainda. Ele era meu e eu era tão dele que era até um pouco dele, de certa forma. Entendi o que a moça dos olhos azuis diz no fim do filme sobre "ter certeza". Eu tive. E, depois, me lembrei de mim dizendo assim como ela de que 'não saberia pertencer'.. Talvez só seja necessário ter certeza e ali eu tive. Nunca mais haveria uma contagem nova. Eram os 127 de uma contagem que só acabaria se a vida acabasse, talvez nem assim..

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