segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O ano quase no fim. Dizem que talvez até no fim dos tempos. Sempre acreditei que todo dia fosse o fim do mundo pra um bocado de pessoas. Um dia, sem data prevista será o meu e o seu também. Mas e se eles tivessem razão? E se fosse mesmo?
Toda briga, toda burocracia, todas as obrigações foram perda de tempo. Mas pelo amor que eu tenho dentro de mim e pelas coisas que vivi acho que estaria satisfeita. No dia em que o Sol amanheceria pela penúltima vez observaria-o enquanto listo coisas que gostaria de fazer no dia seguinte e o observo. Sem medo ou tristeza, apenas contemplaria-o como o fiz muitas vezes durante todos esses anos. Esqueceria a dieta, outra coisa que não é novidade pra mim e abraçaria meus amigos e passaria o dia todo com a minha família observando fotos antigas e rindo. E dormiria, abarrotada de comida e tudo que gosto de beber. Botaria meu vestido de festa logo pela manhã, talvez a última manhã do mundo e me produziria como se fosse à uma ou talvez sairia por ai de pijama por não querer perder tempo com bobagens, não sei. Isso de fim do mundo me faz pensar no contraste de quanto o tempo pode ser precioso e quanto o desperdiçamos com bobagens. Talvez não restasse muito tempo. Sempre vi nos filmes que era bem mais fácil dizer as coisas quando tudo parecia estar no fim. E diria. Deixaria-os cientes que os amei um amor que nunca vou saber explicar. Me tranco num quarto com ele. Ali imóveis fazemos amor sem pensar no próximo segundo. Talvez o mundo acabe e nós nos acabamos juntos. Se não, acordamos e contemplamos o Sol nascendo um dia depois do fim do mundo. As pessoas se sentem tão próximas do fim do mundo porque não querem aceitar a ideia de que vão morrer e, nesse dia o mundo acabará apenas pra ela e mais um punhado de pessoas, mas não para todas. O mundo continuará seguirá rodopiando no espaço. Talvez isso nos ensine a viver de verdade. Até agora, não vi ninguém listar nas coisas de "fazer-antes-de-morrer" nada como "ganhar dinheiro, ter sucesso, ter um trabalho chato e próspero". Talvez não um fim, apenas recomeço.

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