quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Teoria da calma no caos

Você me pede calma. Calma enquanto eu temo. Calma enquanto eu enlouqueço. Calma na desordem. Calma. Eu não sei ser calma. Eu não sei ficar calma. O máximo que eu posso ficar é quieta. E quieta não é calma. Estar quieto é aparentar estar calmo. Mas por dentro o caos ainda está instalado - talvez dessa forma ainda seja pior. Talvez no silêncio os maus pensamentos se reproduzam mais rápido. De quieta à inquieta. Volto a falar sem pausas ou resoluções e você volta a me pedir: Calma.
Eu nunca entendi esse seu jeito de mantê-la. Não é que ajo no desespero. Mas eu não sei fingir não estar desesperada. Não sei fingir não ter medo. Não sei mais engolir meu choro. Você me abraça. Sussurra que vai ficar tudo bem. E fica. Pelo menos naquele instante tudo fica no seu devido lugar. E eu esqueço tudo, porque eu, pelo menos eu tô no meu lugar. Fecho os olhos e respiro fundo. Ouço seu coração dentro da minha cabeça. Calma, meu amor. O cheiro de almíscar selvagem entope minhas narinas, você enlaça os dedos nos meus cabelos. Vai ficar tudo bem, meu bem. Calma. Minha alma agora flutua alta e leve. Que importância teria todos os problemas do mundo enquanto eu tenho você? É bobagem. É tudo bobagem. Nós somos um só. Vai dar tudo certo. Nós podemos resolver isso. Você é minha calma. Acalma minha alma, alma da minha calma.

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