segunda-feira, 16 de maio de 2011

(...) A ociosidade, a miserável ociosidade daqueles interrogatórios. "Você está bem?" O sorriso postiço. "Estou bem". A insistência era necessária. "Bem mesmo?" Oh, Deus. "Bem mesmo." A pergunta exasperante: "Você quer alguma coisa?". A resposta invariável: "Não quero nada".
  "Não quero nada, isto é, quero viver. Apenas viver, minha querida, viver..." Com um movimento brando, ele ajeitou a cabeça no espaldar da poltrona. Parecia simples, não? Apenas viver. Esfregou a face naalmofada de chochê. Relaxou os músculos. (...) Apenas viver.

Venha Ver o Pôr do Sol, pág 156 - Lygia Fagundes Telles

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