domingo, 26 de fevereiro de 2012

Humanos

Andei observando pessoas de gerações diferentes. O modo de falar, de agir e de pensar. Observei religiosidade, forma de gesticular com as mãos e com os olhos enquanto fala. Li em algum lugar que a geração anterior sempre tem a mania de se achar mais sábia que sucessora e mais tecnológica que a antecessora dela. E as pessoas sempre tem mania de supor algo sobre as outras, como se com os seus medos pudesse supor o que a outra teme, e com a sua forma de sentir pudesse prever como a outra sente. Observei o modo de amarem, também. E enquanto escuto uma canção instrumental romântica composta a 250 anos atrás, sinto dentro de mim, como se eu pudesse apalpar as notas e espremer, tirando delas palavras que compõem esse texto. Das conclusões que tenho sobre as pessoas, é que elas ainda se apaixonam, ainda sentem prazer em pegar nas mãos, e que a maioria delas fizeram sexo antes do casamento, mesmo quando isso parecia ultrajante pra época, o perigo foi menor que o desejo que sentiam. Aliás observei que as pessoas sempre quiseram o que sabiam que não podiam ter, fazendo o que todos diziam que não podiam, a maioria idealizando pessoas perfeitas e inexistentes, e por tanta ambição em estar com alguém totalmente insento de defeitos é que tanta gente se fodeu ao longo da história, mas observei que a maioria delas com experiências fracassadas acumuladas perceberam em algum ponto da vida que o amor tá ai pra fazer a gente feliz, e não pra fazer de nós virgens pálidas chorando a beira de um lago de frustrações e solidão. Observei que não sou a única pessoa que só não enlouqueceu porque escreveu, e que cada pessoa tem sua maneira de sobreviver em meio a toda essa insanidade que nos é imposta. Observei que a maioria das pessoas preferem pagar pra ver, o que eu particularmente acho muito bom. Afinal, é melhor você saber que foi um fracasso do que nunca saber se poderia ter sido um sucesso. Fui aprendendo que as pessoas são uma combinação de sentimentos que carregam e de histórias que viveram, e que uma coisa está ligada a outra, inclusive. Aprendi que sendo assim, embora sermos todos iguais, não existe ninguém igual a ninguém, porque mesmo que o cenário seja o mesmo e as falas sejam iguais, nós não seremos os mesmos e que quem nós somos influi totalmente em tudo. Sobre nossa única certeza de que nascemos e morreremos só buscamos sobreviver cada um à sua forma, Pois embora tudo mude, nada muda.

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