domingo, 11 de agosto de 2013

Sua garotinha

Perdi as contas de quantas vezes digitei um texto sobre o dia dos pais aí. Sobre suas escolhas, sobre como eu me sentia, sobre nossos silêncios, sobre como eu gostaria que fossemos e sobre o dia dos pais. Nada. É engraçado como qualquer coisa que me faça escrever sobre você me faça chorar de um modo que na segunda linha eu já soluce e não consiga respirar sem ficar assoando o nariz, daí já não consigo escrever nada. Eu queria que falar fosse tão difícil quanto escrever, mas é trilhões de vezes pior. E escrever só serve pra aliviar porque eu duvido muito que você vai se importar com o quadrinho que diz "Diário" sempre que você vai entrar na merda do site do banco. Não. É sempre a labuta o que importa mais, e eu não tiro sua razão. Talvez com um pouco mais de amor nós hoje seríamos pessoas que vivem com o mínimo e que você sempre trabalhou tanto pensando em nós, no nosso conforto. Eu entendo que alguns sacrifícios foram necessários, eu entendo. Mas não acho que todos eram vitais, porque não existe conforto nesse silêncio incomodo que a gente produz todo santo dia, depois da desistência dolorosa que foi desistir de tentar, porque cada tentativa gerava uma discussão imensa.
Eu me lembro de quando eu tinha uns 5 anos e você me levava com você no bar. Então era eu e você sozinhos numa mesa, com salgadinho, coca e cerveja e você conversava comigo durante umas 2 horas e a íamos embora felizes, você era meu melhor amigo. O tempo foi passando, eu fui crescendo, o trabalho não parava de vir e quando eu me dei conta um abismo tinha se aberto. Pai, eu sinto sua falta. Eu te amo. E vou te amar sempre. Me perdoa se eu não correspondi aos seus planos. Na minha cabeça vou ser sempre aquela garotinha do bar.

Com amor,

Tibambã


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